26.07.24

Nem árvore, nem madeira: sustentabilidade e inovação

Nem árvore, nem madeira: sustentabilidade e inovação

Cada vez mais presente na construção civil como alternativa útil como material estrutural em substituição ao uso abusivo do aço e do concreto, o bambu está cada vez mais presente nas áreas de móveis e decoração com grandes vantagens para a agricultura familiar

Texto: Juliana Daibert
Fotos: Breno Thomé Ortega
Fonte: Redação O Maringá 


Imagine um futuro onde a sustentabilidade e a inovação caminham de mãos dadas, transformando paisagens e comunidades inteiras. Este é o cenário que está se desenhando no Paraná, onde a indústria do bambu está florescendo de maneira inspiradora.

Com impressionante capacidade de crescer rapidamente, o bambu atinge a maturidade entre três e cinco anos, uma enorme vantagem em se tratando de plantas renováveis.

Ao contrário das árvores convencionais, que podem levar décadas para crescer, o bambu demanda menos água e pesticidas graças ao pouco tempo em que se desenvolve, tornando-se uma escolha amiga do meio ambiente. Além disso, sua versatilidade é incrível: vai desde a construção civil até utensílios domésticos.

Empresas como a Casa Bambu Curitiba e a Bambusa Atelier, em Maringá, estão na vanguarda desta revolução verde. A Casa Bambu Curitiba fabrica forros e revestimentos modernos e estruturas de construção robustas, enquanto a Bambusa Atelier cria decorações e estruturas sustentáveis que encantam e comovem. Além de gerar empregos, estas empresas capacitam trabalhadores com novas técnicas de cultivo e produção, impulsionando o desenvolvimento econômico e social das regiões onde estão inseridas.

Juliana Cortez, presidente da Associação Brasileira do Bambu (BambuBR), verdadeira entusiasta do potencial do bambu, acredita firmemente na importância de fóruns, parcerias com empresas privadas, órgãos do governo e instituições internacionais para mostrar ao mundo as maravilhas desta gramínea. “A demonstração do potencial desta planta é responsabilidade de todos os envolvidos neste segmento”, afirma. “Esta rede de apoio é essencial para que o bambu se torne alternativa viável e sustentável para muitos agricultores e empresários”, diz Juliana.

A legislação está desempenhando papel crucial nesta transformação. A Lei Estadual n.º 20.345, de 2020, estabelece a Política Estadual de Incentivo à Cultura do Bambu no Paraná, promovendo o cultivo, a pesquisa, a capacitação e a comercialização de produtos de bambu. Em Maringá, a Lei Ordinária n.º 9.975, de 2015, incentiva o uso do bambu como parte da política de desenvolvimento agrícola local. Ambas são fundamentais para espalhar o cultivo do bambu e valorizar seu uso como instrumento de promoção do desenvolvimento socioeconômico sustentável.